Sunday, January 29, 2012

I'm a fucking loser

"Já ficou imaginando se vivei acima das expectativas?"

"Fui melhor que elas. Imaginei ser uma socialite entediada aos 25"

"Achei que curaria a esquizofrenia aos 25. Sabe, quando eu era criança as pessoas diziam que eu poderia fazer qualquer coisa"

"Está com medo de ter decepcionado os outros?"

"Não, estou com medo de ter me decepcionado" (...) "É que às vezes... Às vezes tenho essa sensação de que talvez deveria ter feito mais na minha vida" (Criminal Minds 7x11)

Thursday, January 26, 2012

Kevin

Tuesday, January 10, 2012

Arriscar

Sempre relacionei essa palavra a coragem, uma qualidade que não tenho. Talvez seja por isso que nunca arrisco. Nunca. Admiro pessoas que conseguem, de verdade. Pessoas que vão lá e simplesmente fazem o que querem sem pensar muito. Não posso deixar de pensar que parte disso é burrice/estupidez, mas ainda assim é uma atitude admirável.

Não consigo ser tão espontânea, nem tão estúpida. Quando quero fazer alguma coisa relevante e com chances de dar errado, paro pra pensar em todas as merdas que podem acontecer se realmente der errado, se não sair exatamente do jeito que eu quero e - pessimismo à parte - normalmente é uma lista grande. Dai por inteligência - ou covardia - acabo ficando na minha. Sem arriscar. Andando apenas pelo terreno plano e seguro.

Descobrimos o motivo de eu nunca ter ido parar na grifinória.

#999999

Se você fosse uma cor seria cinza. Uma manhã cinzenta, chuvosa, um céu nublado. Um meio termo entre o preto e o branco. Cinza do pessimismo, apatia, melancolia. O cinza em todas suas tonalidades, o cinza escuro que anuncia uma tempestade, o cinza claro-quase-branco de um dia com neve, um cinza neutro, um cinza frio, um cinza morto.

Monday, January 9, 2012

Day 7 — Your Ex-boyfriend/girlfriend/love/crush

Na verdade, eu não queria falar de você, mas também não quero falar da outra pessoa que se encaixaria aqui. Então acho que não me sobra muita coisa.


Bem, nunca gostei de você no sentido romântico da coisa. Achava que gostava, achava mesmo, mas tinha me apaixonado por uma atitude sua, não pela pessoa, pelo que você fez por mim certa vez, talvez até sem nem perceber. Não demorei muito pra superar isso.

Te usava também pra não admitir que gostava mesmo da outra pessoa que se encaixaria aqui, porque eu não sabia lidar com o que sentia por ela e você era a desculpa perfeita para continuar negando qualquer coisa que fosse. Você tinha sido legal comigo uma vez, tão legal como ninguém mais foi, então eu podia estar apaixonada por você, não podia?


Mas nem tinha mesmo como durar, porque veja bem, você não é a melhor pessoa do mundo e tem várias coisas com as quais eu nem saberia lidar ou que me irritariam e... Sinceramente? Você é pretensioso demais.

Quero dizer, gosto de você como amigo, daqueles que a gente vê ocasionalmente por ai e com quem é legal ficar conversando por meia hora ou até um pouco mais, mas só. Foi tudo uma grande confusão, carência e covardia e você acabou perdido no meio.

Não que faça muita diferença porque nunca cheguei a te falar sobre isso.

Sunday, January 8, 2012

Like you

"Eu amo você" Ele tinha os olhos fixos nos meus quando soltou a frase sem nem sequer hesitar. Mesmo depois que ela morreu no silêncio ele continuou mantendo o contato visual, como se quisesse abrir um buraco em mim só com a intensidade do olhar. Apenas fiquei lá, imóvel, me perdendo na tonalidade única de azul que eram seus olhos, não aquele azul com pedacinhos verdes ou castanhos ou cinzas, mas um azul intenso, completamente uniforme. Em toda minha vida havia visto poucas pessoas com íris naquela tonalidade e, posso dizer com a mais absoluta certeza, nenhuma com a força daquele olhar. Ele era sempre assim, firme, forte, sem nunca hesitar. Lembro que no começo evitava olhar ele nos olhos porque sempre ficava com a impressão de que eles conseguiam ver o que tinha dentro de mim. Talvez eles realmente conseguissem. Talvez não.

Não sei dizer precisamente por quantos minutos ficamos em silêncio apenas nos olhando. Eu tentava achar uma resposta, mesmo sabendo que ele não me cobraria uma. Essa era uma das qualidades de Nick, ele era direto, ia lá e dizia exatamente tudo o que queria, sem enrolações ou meias palavras, jogava tudo em cima de você e esperava você digerir e se acostumar com a informação, sem nunca pressionar ou cobrar uma resposta.

"É engraçado, sabe. Sempre quis me sentir assim, e agora é como se eu não soubesse me sentir de outra forma" Ele me deu um sorriso meio doce meio triste, deve ter percebido a minha dificuldade em achar o que dizer. Foi só então que ele desviou os olhos para procurar o maço de cigarros e o isqueiro no bolso do casaco. Assim que ele o acendeu se debruçou no parapeito da sacada. O apartamento dele era uma cobertura numa das áreas mais ricas da cidade, os prédios lá eram tão altos que você não conseguiria ver o céu se estivesse em um andar mais baixo, mas daqui você conseguia ver tudo: os prédios vizinhos, as avenidas lá longe, o céu escuro e sem estrelas e até as pessoas andando apressadas lá embaixo - mesmo que elas não passassem de pontinhos minúsculos -, foi uma das razões para ele ter escolhido aquele apartamento em especial, gostava de ver o movimento e as luzes da cidade, isso sempre o fazia se sentir parte de algo. Eu nunca o entendi, mas não podia negar que era um bom lugar para se morar.

"O amor é como você esperava?" Finalmente falei. Não foi a melhor resposta, nem a que eu estava procurando, mas era a única que eu tinha. Andei até ficar ao lado dele e roubei seu cigarro, recebendo um olhar divertido em resposta. Quando traguei senti o gosto da menta no mesmo instante, o gosto dele.

"É meio parecido com você, sabe. E com alguns clichês que a gente vê em filmes, mas ainda assim, diria que é exatamente como você"

"Dói?" Era uma pergunta infantil e me arrependi dela no instante em que a pronunciei, no segundo que o Nicholas me deu o seu típico sorriso de quem tem um coração partido, exceto que dessa vez era verdade.

"‘Tá doendo agora, dói toda vez que olho pra você, mas isso não significa que eu não esteja gostando. E é diferente, sabe. Às vezes fico me perguntando se todas as vezes que eu estive tão desesperado procurando sentir alguma coisa, na verdade era isso, eu só queria sofrer por alguém além de mim"

"Somos dois masoquistas, você e eu, sabia?" Ele riu divertido, tirando o cigarro da minha boca e o jogando andares e andares abaixo antes de me beijar. Os lábios de Nick eram uma mistura de tabaco, menta e um tipo de doçura que era exclusivamente dele. De repente me dei conta de que a resposta que eu queria encontrar era “Eu também”

Monday, January 2, 2012

dois zero um um


Não sei se dois mil e onze foi um ano de acontecimentos fracos ou era eu que estava desligada demais pra me abalar com qualquer coisa que fosse. Não tive grandes decepções, mas tampouco momentos de alegria extrema. Tive momentos felizes, triste, nostálgicos e etc, mas foi apenas isso: momentos.  Não cheguei a ter aqueles períodos inconstantes que marcaram dois mil e dez. E se por um lado foi bom já que eu não tive muito estresse, por outro fez esse ano passar completamente despercebido.

A única experiência nova que tive foi a viagem para Vitória nas férias. O meu narcisismo (não sei que outra palavra usar, really) aumentou consideravelmente, a ponto de me fazer perder o interesse em 90% das pessoas ao meu redor, me fez ficar mais fechada, evitar sair do meu mundo particular. Evitei até mesmo sentir mais que o necessário e agora que paro pra pensar, acabei me afastando de muita gente, e nem isso conseguiu me deixar mal.

Dois mil e onze me deixou com vontade de viver esse ano novo, de me fazer sentir, mas também aumentou o meu medo e o meu pessimismo de forma absurda, me deixou conformada e carente e solitária e sem vida. E sinceramente, não sei o que fazer em dois mil e doze, não sei por onde começar, não sei o que esperar, não sei como lidar com minha própria indiferença e fazer com que ela vá embora.