Monday, January 5, 2015

E às vezes você pensa incansavelmente sobre a sua vida, sobre o motivo de você estar aqui e ter que acordar dia após dia para viver a mesma rotina medíocre e sem valor. E às vezes você simplesmente não consegue achar um motivo para tudo isso, nem para estar vivo, nem para respirar, nem para todas essas coisas com as quais os outros se importam tanto. Nada disso tem um sentido, ao menos não para você. 

A existência não passa de um mero acaso do destino, uma possibilidade entre milhares, bilhares, trilhares. E não importa, sabe. Nada do que você faz importa no final. Você apenas vai morrer e seu corpo apodrecerá nesta terra, sem qualquer utilidade especial. Vai virar adubo, eles dizem.

Apenas espaço.

Espaço desperdiçado. Espaço vazio. Vazio de tudo o que você poderia ser, mas nunca foi. E nunca foi porque não há motivo pra ser, lembra? Não há motivo pelo qual lutar, não há motivo pelo qual viver.

Mas então, porque é mesmo que você continua aqui?

Porque você simplesmente não põe um fim nesse seu lento e doloroso sofrimento? 

Você não sabe responder, nunca soube. Talvez você seja um nada, é verdade. Talvez você não seja absolutamente nada especial. Talvez você queira morrer. Mas é justamente o fato de você ser alguma coisa, mesmo que pequena e quebradiça, que torna tudo tão difícil de desistir. Porque você apenas sabe como ser. O não-ser, aquele termo que você nunca conseguiu compreender totalmente, lhe parece tão abstrato. Tão sem sentido.

Apenas outro vazio.

E não, você não precisa trocar um vazio pelo outro.
Pelo menos, não agora.

Agora você apenas pode guardar sua vontade de desistir em algum cantinho afastado e escuro dentro de si. Ninguém precisa saber.

E ninguém, de fato, sabe.

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